terça-feira, 22 de setembro de 2009

Revitalizar o Comércio de Proximidade

Num almoço ontem promovido pela União das Associações de Comércio e Serviços de Lisboa, António Costa, sustentou que a recuperação de pessoas, empregos e empresas para Lisboa é absolutamente essencial para a revitalização do comércio de proximidade.

A par desta prioridade, sustentou que o comércio de proximidade fará mais sentido e desempenhará um papel determinante se Lisboa se transformar numa uma cidade de Bairros – tal como propõe a candidatura Unir Lisboa.

Perante várias dezenas de empresários e dirigentes da UACS, António Costa considerou que para atingir aquele objectivo há três orientações essenciais: uma cidade que acolha bem as suas crianças e que trate bem os seus velhos; uma cidade que tenha um bom modelo de governação e uma cidade com uma boa mobilidade.

A primeira prioridade é a da criação de uma rede de creches e escolas (a par da rede de transporte escolar) que permita tornar Lisboa «competitiva» do ponto de vista do ensino das suas escolas públicas. Um bom ensino público é um factor de fixação de novos habitantes, substituindo, inclusivamente, a despesa acrescida com a habitação na cidade, por menos despesa com a educação dos filhos.

A segunda prioridade é a criação de uma Cidade de Bairros, traduzindo isto na construção de um modelo de governação da cidade que traga mais participação e mais proximidade do cidadão. Só há boa decisão, se houver boa participação e só há boa participação se houver proximidade. A este propósito, António Costa sustenta que é necessário transferir muitas das competências que hoje estão atribuídas ao Município para as freguesias e deu como exemplo o tratamento do espaço público, do licenciamento de pequenas intervenções urbanísticas, da gestão de equipamentos colectivos ou do sistema de varredura e lavagem das ruas. Está alteração estrutural do modelo de governação da cidade é essencial para devolver o «sentimento de pertença» das pessoas ao seu espaço urbano; das pessoas à sua cidade. Com ele se criará uma lógica de comunidade, com reflexos obviamente positivos na rede de comércio de proximidade, porquanto ele é o elemento agregador e humanizador do espaço urbano.

Por último, António Costa considera que o modelo de mobilidade da cidade é essencial para o futuro, não só para Lisboa, mas também para o futuro das condições climatéricas do país. O transporte que usa combustível fóssil está condenado a médio prazo. Não é sustentável o actual ritmo de emissões e, por isso, é necessário que as cidades se adaptem e promovam as alternativas necessárias. A principal alternativa é o transporte público, a par da disciplina do trânsito de modo a reduzir a utilização do automóvel e a criar melhores condições para os peões, sem que isso – acrescentou – seja entendido como uma rejeição do papel do automóvel na vida diária dos cidadãos.

(Notícia publicada em 22-09-2009 em Unir Lisboa)


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